EU QUERIA SER ROBERTA CLOSE
A Roberta andou sumida da midia, mas anteontem encontrei essa foto deslumbrante, e é com ela que estou aprendendo a colar imagens neste blog.
O título dessa postagem pode parecer banal, mas desconfio que, além de "meninas" como eu, muito cara macho ficou balançado quando a conheceu e imaginou, "É homem? Já pensou se fosse eu?"
Eu, de minha parte, diminuí o tamanho da letra de meu texto para que essa linda foto não desapareça de minha vista à medida que vou descendo o cursor (obs.: depois tive que aumentar de novo pra não ficar ilegível).
Estou ainda aprendendo a me vestir de menina, e já sonho em contratar um produtor de moda pra eu ficar produzidíssima igual a essa foto, e quem sabe no final de 2013 estarei postando a minha foto com um vestidinho branco lindo como esse, e essa pose sexy com minhas pernas, sandálias, luvas, meus cabelos ondulados esvoaçantes... mais linda até que no dia em que serei noiva (rs).
Mas o que quero contar aqui é que a maneira como travei contato com a Roberta foi um pouco antes de toda aquela exposição na midia. Antes de ela virar estrela na Fatos & Fotos e depois na Playboy eu já tinha visto, pendurada numa banca, uma obscura revista chamada "Close". Foi no inicio dos anos 80. Na capa, uma garota como muitas outras, fotografada de costas apenas de calcinha, nua da cintura para cima e olhando para trás (para o fotógrafo) com um olhar de menina tímida e assustada. Era uma revista masculina como outras, mas a chamada da capa era assim: "Desisti de ser homem aos 14 anos".
Essa frase martelou minha cabeça por muito, muito tempo. Para ser sincera, continua me martelando, e me instigando a me entender como mulher. Eu era travesti apenas entre quatro paredes, comecei a me vestir de menina na idade em que a Roberta já tinha "desistido de ser homem".
Fiquei arrependida de não ter comprado aquela revista "Close" (por medo de que reparassem, e desconfiassem que eu era boneca enrustida). Anos depois, tomei coragem e comprei uma "Carnaval Gay", que era uma edição especial da extinta "Fatos & Fotos". Lá, fiquei piradinha com as dezenas de fotos de "bonecas" lindas, em biquinis sumaríssimos (lembro-me principalmente da Gal Mattarazzo, um morenaço que não sei que fim levou). E numa das últimas páginas, vejo a boneca que despontava para a fama, a angelical Roberta Close! Esse "sobrenome" não me deixou dúvidas de que era a mesma menininha de olhar tímido que até hoje me instiga a "desistir de ser homem". Meses depois, numa banca de revistas velhas, consegui a "Close" original! Abri as páginas do ensaio fotográfico. Seu nome era simplesmente... Roberta. As peças se encaixavam perfeitamente (aliás, "quase" perfeitamente, hihihi).
Se nao me engano essa foi a edição número 1 da "Close"! Fui possuidora dessa raridade, mas acabei jogando ela fora depois, num daqueles momentos de culpa que muitas de vocês devem conhecer. Não me perdôo por ter sido burra a esse ponto. Me desculpe, Roberta minha querida, caso você venha a ler isto. Beijinhos, até mais.
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